O QUE EU VOU SER DEPENDE DO QUE EU SOU

O que você vai ser daqui a um ano, dois, cinco?

Com uma indagação como essa um palestrante fez toda a sua audiência parar para pensar e eu estava entre essas pessoas.

Já reparou que nunca nos damos um tempo para essa reflexão?

Antes porque não tínhamos perspectivas a respeito, hoje pelo tempo estreito que temos para tudo.

O momento atual nos consome de tal maneira que não resta muito espaço para pensar daqui a tanto tempo. Em razão disso, não nos precavemos de situações desagradáveis, de fracassos, de sustos.

Mas deveríamos estabelecer um planejamento.

Esta é a forma mais sensata de enfrentar o desconhecido.

Não é garantia de sucesso, mesmo assim pode minimizar danos.

Essa pergunta me remeteu a outra que também me incomodou quando criança: o que você vai ser quando crescer?

É difícil demais para uma criança imaginar o que poderia ser quando crescesse. Por isto, recorríamos aos paradigmas. Se meu pai era advogado, dizia que seria advogado. Se era professor, que seria professor. Se era médico, que seria médico.

E se o pai não tivesse profissão, qualquer coisa valia.

Ainda assim, não dá para seguir a profissão do outro, viver o sonho do outro, apostar nos projetos do outro.

Nós somos pessoas inteiras, completas e individuais.

Temos projetos próprios, temos desejos próprios e fundamentalmente temos realidades específicas.

Essas realidades mudam, impedem ou desviam dos objetivos.

Henri Bergson, filósofo francês, ganhador do Nobel de Literatura de 1927, dizia que a ideia de futuro prende uma infinidade de possibilidades, pois é mais fecunda que o próprio futuro.

Não deixa de ser verdade. O que imaginamos é maior e melhor do que o que vivemos. Na nossa mente somos invencíveis.

Há mais encanto na esperança que na posse em si e mais encanto no sonho que na realidade, porque fatalmente teremos de jogar fora tudo aquilo que não pudermos fazer ou vivenciar na vida real.

Eu escrevi em uma poesia chamada “Futuro” que o futuro só vale se for hoje que houver, ou seja, se acontecer agora.

Afinal, o futuro só existe hoje: o amanhã será hoje daqui um dia.

O futuro é a soma das conjecturas do que está por vir, do que supomos acontecer, das probabilidades e estatísticas do amanhã.

Mas é só no presente que tudo é, tudo existe e tudo está.

Então as respostas para aquelas duas perguntas são o resultado do que eu sou hoje, que se modificará pelas possibilidades ligadas a esse meu presente e que serão consequência do que eu fizer.

Por isso o planejamento é fundamental.

Dele resultarão ações práticas e objetivas que tornaram o futuro palpável, ao alcance da mão e real sob todas as possibilidades.

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