Gosto daquilo que me desafia, escreveu Clarice Lispector.
A frase traduz bem a minha trajetória.
Se não gostasse tanto de desafios, seria apenas um engenheiro mecatrônico. Nada contra a profissão, mas sou bem mais feliz com as múltiplas atividades que desenvolvi ao longo da vida.
Disse que seria engenheiro mecatrônico, porque fiz eletrônica no ensino médio e já tinha feito eletricidade no Senai. O caminho natural seria ser engenheiro.
Mas aí surgiu um desafio que me fez mudar de rumo.
Venci um concurso de redação no colégio e o texto me levou ao jornal da cidade. De repente, fui convidado a escrever como se fosse jornalista.
Descobri nisso várias paixões: escrever sobre tudo, criar histórias, trabalhar realidades diferentes, entender públicos diversos, mudar a vida das pessoas a partir do que eu pudesse contar delas.
Então decidi pelo jornalismo profissional e fui estudar.
Mas fui demitido no primeiro mês de faculdade, que era paga.
Voltava do quartel e tinha apenas um mês e meio de estabilidade. Vencido o período, fui para a rua.
Para custear os estudos, tive de me reinventar.
Novo desafio.
Fiz bicos como eletricista, instalador de telefones, contato comercial, monitor de redação e jornalista.
A duras penas me formei.
Trabalhei em muitos lugares como jornalista por décadas, mas os principais foram Folha, Gazeta Mercantil, TV Globo e rádio Jovem Pan.
Em 2002, decidi me especializar na área política, onde já atuava como jornalista também.
Passei a trabalhar com assessoria para detentores de mandato e para órgãos públicos, depois fiz consultoria para candidatos chegarem ao poder e por último atuei na estruturação de campanhas e na criação e manutenção e/ou consolidação de imagem pública.
Entre 2017 e 2019, fui o quarto secretário da história de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Sorocaba.
Em paralelo às duas atividades, fiz curso de gestão de marketing, com especialização em comunicação integrada, e trabalhei em vários locais exercendo essa atividade, com destaque para agências de propaganda, como a Zoom Foccus, de Sorocaba, e a Canal de Comunicação, de Campinas.
Na iniciativa privada ainda atuei por 11 anos no grupo JLJ Empresas, de Salto, que surgiu da empresa Nutriplus Alimentação e Tecnologia.
Mas os desafios não pararam.
Depois de tudo isto, voltei a mudar o foco das ações profissionais por conta de uma cirurgia difícil a que tive de me submeter. Passei a trabalhar então como consultor literário, como consultor político ainda e como freelance para veículos de comunicação, mas fundamentalmente atuava como professor de escrita criativa, com aulas online, que realizava por meio do meu site de então (eloydeoliveira.com.br).
Hoje sou articulista do jornal Taperá, de Salto.
Muito antes da mudança de rumo que me levou para o jornalismo profissional, eu já escrevia literariamente e no meio dessa jornada toda, em 2015, passei a integrar a Academia Saltense de Letras.
Sou autor de 24 livros sozinho e em parceria.
Se me perguntarem agora, se quero parar, a resposta será nunca.
A cada dia aprendo coisas novas que vão do campo da sensibilidade pessoal à profissional, desenvolvendo conceitos, criando histórias e fazendo mudanças em pessoas, instituições, empresas e em todo lugar onde me deixam me expressar ou eu o faça, mesmo que não me deixem.
Até porque espaços são conquistados, vitórias são alcançadas e resultados são obtidos apenas por quem nunca se entrega.
A minha energia é o que me desafia.